segunda-feira, 21 de junho de 2010

O DESENVOLVIMENTO DA SEGURANÇA PÚBLICA EM GOIÁS


O desenvolvimento da Segurança Pública em Goiás nos últimos 15 anos

A atividade de Segurança Pública é complexa e, considerando que nada nessa área se desdobra da noite para o dia, passamos a observar em linhas gerais os principais avanços técnicos operacionais da Polícia Militar de Goiás nesses últimos 15 anos.

A criminalidade não é estática, ela se moderniza e se aperfeiçoa. E claro, a sociedade evolui e passa a exigir mais qualidade e eficiência dos aparatos policiais na prestação de serviços. Desde meados da década de 1990, oficiais subalternos da PMGO começaram a perceber que a Instituição deveria avançar desenvolvendo padrões doutrinários para melhor aplicabilidade na operacionalidade. Nesse contexto, a ROTAM e o BPMChoque tiveram uma fundamental importância e se desdobraram em um contínuo e desbravador processo de especialização modernizadora de seus integrantes.

Essas Unidades de elite fizeram a PMGO avançar nas áreas táticas, de operações de choque e especiais, alavancando Goiás para referencial em preparação e especialização de policiais, antes ‘generalistas’, agora mais especialistas. A doutrina de ROTAM estabeleceu-se com base na ROTA da PM paulista, contudo, de forma aprimorada, discutida e adequada às necessidades do Centro-Oeste.

Em 2003, com as experiências já consagradas em doutrinamento tático e estratégico, iniciados nos meados da década de 1990, a PMGO instituiu o POP (Procedimentos Operacionais Padrão), sendo uma doutrina que abrange toda operacionalidade da Instituição, principalmente no que tange as Unidades de área existentes nos 246 municípios goianos.

O POP foi elaborado por oficiais e praças, sob coordenação do então Ten Cel Carlos Antônio Elias -hoje, Coronel e Comandante Geral da PMGO - , posteriormente repassado em seminário a todos regionais da PMGO, com preocupação na educação e formação de multiplicadores e executores do POP. Mais uma vez, a PMGO se figurou como referencial técnico-operacional para as demais Forças Públicas do país. O POP nada mais é que um mapeamento do processo produtivo, uma ferramenta legítima e institucional, que desenha padrões de atuação e desvia do empirismo e do improviso.

Outro estimulante para o operador militar de Segurança Pública, foi em 1993, no comando do Coronel Joneval Gomes de Carvalho (ex-Secretário de Segurança), a instituição da medalha Anhanguera nos graus bronze/prata/ouro, que simplesmente passou a materializar a operacionalidade do policial, oportunizando condições de ascensão na carreira, uma vez condecorado na categoria ouro. Ascensão essa, exatamente pelo fruto de um serviço prestado com excelência e profissionalismo, acima da média do dever. Essa modalidade de recompensa pelo esmero da operacionalidade foi bastante enfatizada a partir de 2000, em que o Coronel Divino Efigênio de Almeida, ex-Comandante Geral e Patrono de ROTAM, alavancou o emprego operacional dentro de parâmetros de resultados práticos e não só estatísticos ou midiáticos.

Desde essa data, o policial aplicado na atividade-fim passou a ser visto com mais importância, sendo mais valorizado, respeitado e condecorado, fazendo valer o risco ou a intranqüilidade jurídica individual de quem está na ponta, na execução.

Os avanços nas condições materiais de trabalho, também foi um marco de incontestável importância. Os armamentos estão sendo adquiridos e atualizados a cada dia. Equipamentos de proteção individual, como por exemplo, os coletes balísticos também deram um salto qualitativo e quantitativo, principalmente nesses dois últimos governos. A mobilidade operacional pode perceber outra realidade quanto ao tópico viaturas. Tudo devido ao sistema de locação e manutenção iniciado em 2006, que tirou da ‘pré-história’ chegando ao terceiro milênio, ficou no passado aquela antiga visão da guarnição policial empurrando uma viatura sucateada.

O que a tropa anseia agora, são de investimentos mais vigorosos no seguimento de armamentos químicos não letais ou menos que letais e de comunicação individual, até para que certas necessidades do próprio POP sejam atendidas em sua plenitude.

Alguns equívocos foram realizados na área do ensino, sendo que, no período de 2003/2004 chegaram ao ponto de alguns gestores abandonarem a melhor Unidade em instalações físicas de instrução da Polícia Militar, sediada no município de Senador Canedo-GO (antigo CFAP). Contudo, através de uma ação homérica e individual por parte do major Alexandre Flecha Campos, no período de 2006/2007 a PMGO conseguiu resgatar 50% daquela estratégica Unidade, sendo hoje, o Centro de Instrução da PMGO, comandado pelo próprio major Flecha, que é um baluarte no ensino/administração/e tiro de nossa Instituição, sendo referência no Brasil, inclusive para Força Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, devido às aplicações de suas inovações no ensino da prática do tiro e manuseio tático dos armamentos da PMGO.

Hoje, a Diretoria de Ensino da PMGO (DEIP) trabalha para resgatar o tempo perdido de outrora, está inovando e dinamizando o Ensino, a Instrução e a Pesquisa no seio da Corporação.

A PMGO possui valores individuais que alavancam o seu dinamismo, sendo esses inúmeros heróis anônimos idealistas que vivem para combater o crime nas 24h do dia. Seus quadros contam com uma gama de oficiais e praças, profissionais altamente capacitados que exerceram ou ainda exercem atividades nas áreas de operações especiais, de inteligência, ensino ou convencionais.

São cidadãos que se pré dispuseram a um concurso público para carreira de militar estadual, que efetivamente tem um entendimento de proteger e servir a sociedade, para tanto, deixaram de ser um cidadão comum para ser um cidadão com dever policial, sendo necessário um plus para seu labor diário. Necessariamente devem ser testados a todo o momento, no terreno, nas intempéries, na rusticidade, na restrição de conforto, nas técnicas, na conduta, na sala de aula, em tudo que possa prepará-los mais próximo possível do que enfrentarão na atividade fim.

As nossas Unidades de elite buscam, trabalhando o policial de formação básica, dentro de sua esfera hierárquica, um rigor técnico e físico. Uma tropa de elite nunca se mantém por conta de uma farda diferenciada ou com símbolos e místicos pertinentes, mas sim, pelo valor individual-técnico de cada um de seus integrantes. O enfoque espartano deve ser amplamente desenvolvido, deve elevar-se à quinta potência no que se refere ao policial que opera como último recurso tático da Instituição em relação ao que se espera de um policial convencional.

O que realmente pode ferir a integridade de um policial é exatamente a farsa de uma formação ou especialização, com ausência de técnicas que as especificidades que cada modalidade de curso exige. O combatente de uma tropa de elite deve pagar a sua etapa com honra e dignidade!

BRASIL ACIMA DE TUDO!

NEWTON NERY DE CASTILHO, é MAJOR da Polícia Militar de Goiás


Nenhum comentário:

Postar um comentário