domingo, 27 de junho de 2010
quarta-feira, 23 de junho de 2010
segunda-feira, 21 de junho de 2010
POP O DIVISOR DE ÁGUAS
*artigo publicado na REVISTA SEGURANÇA PÚBLICA, abril 2009
Procedimentos Operacionais Padrão_ POP o divisor de águas
A nossa mais que sesquicentenária milícia Anhanguera, através de seu corpo de tropa, orgulha-se de sua doutrina operacional, sendo que os Procedimentos Operacionais Padrão _ POP, instituído em novembro de 2003, configura-se em um destacado referencial para todas as Polícias do BRASIL.
Captado em experiências consagradas, trabalhado e proposto por Técnicos Oficiais e praças da PMGO; sob a coordenação do então Ten Cel QOPM Carlos Antônio Elias, que à época era o Gerente da Qualidade e Cmt do CIOE da PMGO, e atualmente é o nosso Exmo. Sr. Cel QOPM Comandante Geral; o POP vem se desenvolvendo, crescendo e se solidificando, como uma criança de quase seis anos. Criança essa, que precisa ser acompanhada, orientada e instruída para um norteamento adequado de seus caminhos.
O POP é a mais legítima ferramenta operacional-institucional, contando, desde sua origem, com trinta e nove processos, subdividido em inúmeros procedimentos, que visam o mapeamento do processo produtivo, sem engessamento doutrinário, passivo de avanços e alterações, sempre com o foco na qualidade da atividade-fim de nossa Corporação.
Graças à ação abnegada de vários Técnicos, o POP vem se desenvolvendo nas capacitações dos Multiplicadores e Executores, no que ressaltamos o magistério técnico do MAJ FLECHA, MAJ TAUFICK, MAJ ANDRÉ, MAJ BITES, MAJ PORTO, MAJ RICARDO ROCHA, CAP WILLIAM, CAP SANCHES, CAP WELSON, CAP KARISON, CAP WENDEL, CAP CLAUDIO, CAP RICARDO MENDES, CAP JONEVAL, CAP ALENCAR, TEN EFIGÊNIO, TEN ALYSON, TEN GIOVANE, TEN DANIEL ALEIXO, SGT WERLEN, SGT ALBUQUERQUE, SD RUYLSON, dentre outros, pois apesar das adversidades e das constantes não-conformidades administrativas, esses valorosos Oficiais nunca se intimidaram diante do negativismo ou mesmo das ausências de condições em relação ao sacerdócio docente ou técnico.
São verdadeiros baluartes do POP, tendo lugar reservado nos anais dessa Força Pública Militar. Registro ainda, a imperiosa participação, neste contexto, do amigo Capitão DEUSDETE FERREIRA DE MOURA JÚNIOR, de saudosa memória, que sempre prolatava a seguinte frase: ´´O POP configura-se como uma verdadeira carta de alforria, de quem era escravo da instabilidade emocional, do medo e do draconianismo de quem decidia´´.
Nesses poucos anos de existência, o POP já se encontra inserido nos cursos de formações básicos da Instituição, em forma de módulos (padrão esse desenvolvido pelo CAP SANCHES), bem como, nos cursos de aperfeiçoamento ou de especializações. O parâmetro doutrinário já é uma realidade, antes tido como utópico. Cursos específicos de multiplicadores foram realizados, colocando no plano acadêmico a operacionalidade em doutrinamento constante. Comandos e tropa já assimilam a sua importância histórica e operacional, tendo o POP se revelado como um importante mecanismo de medição técnica, que refuta o empirismo como regra, e adota o profissionalismo técnico como norma.
Essa ´criança´ que nesse ano completará seis anos, vai continuar crescendo, se desenvolvendo, estimando, uma Força Pública responsável pela POLÍCIA OSTENSIVA de nosso Estado de Goiás, com todos os encargos dessa expressão constitucionalmente prevista, cada vez mais capaz e de qualidade.
Cabem a cada um de nós, operadores de segurança pública, nos diversos níveis, a ajudar o aprimoramento do POP na sua execução, capacitação e desenvolvimento técnico, tudo para diminuirmos as probabilidades de não-conformidades OPERACIONAIS, já que as não-conformidades ADMINISTRATIVAS dependem do Estado tutor para serem saneadas, e assim aguardamos.
Contudo, os PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÃO _ POP é um verdadeiro divisor de águas, com qualidade ao alcance de todos, e um marco para nossa infantaria que protege e serve os nossos goianos.
NEWTON NERY DE CASTILHO Major QOPM, é TÉCNICO DO POP
O DESENVOLVIMENTO DA SEGURANÇA PÚBLICA EM GOIÁS
O desenvolvimento da Segurança Pública em Goiás nos últimos 15 anos
A atividade de Segurança Pública é complexa e, considerando que nada nessa área se desdobra da noite para o dia, passamos a observar em linhas gerais os principais avanços técnicos operacionais da Polícia Militar de Goiás nesses últimos 15 anos.
A criminalidade não é estática, ela se moderniza e se aperfeiçoa. E claro, a sociedade evolui e passa a exigir mais qualidade e eficiência dos aparatos policiais na prestação de serviços. Desde meados da década de 1990, oficiais subalternos da PMGO começaram a perceber que a Instituição deveria avançar desenvolvendo padrões doutrinários para melhor aplicabilidade na operacionalidade. Nesse contexto, a ROTAM e o BPMChoque tiveram uma fundamental importância e se desdobraram em um contínuo e desbravador processo de especialização modernizadora de seus integrantes.
Essas Unidades de elite fizeram a PMGO avançar nas áreas táticas, de operações de choque e especiais, alavancando Goiás para referencial em preparação e especialização de policiais, antes ‘generalistas’, agora mais especialistas. A doutrina de ROTAM estabeleceu-se com base na ROTA da PM paulista, contudo, de forma aprimorada, discutida e adequada às necessidades do Centro-Oeste.
Em 2003, com as experiências já consagradas em doutrinamento tático e estratégico, iniciados nos meados da década de
O POP foi elaborado por oficiais e praças, sob coordenação do então Ten Cel Carlos Antônio Elias -hoje, Coronel e Comandante Geral da PMGO - , posteriormente repassado em seminário a todos regionais da PMGO, com preocupação na educação e formação de multiplicadores e executores do POP. Mais uma vez, a PMGO se figurou como referencial técnico-operacional para as demais Forças Públicas do país. O POP nada mais é que um mapeamento do processo produtivo, uma ferramenta legítima e institucional, que desenha padrões de atuação e desvia do empirismo e do improviso.
Outro estimulante para o operador militar de Segurança Pública, foi em 1993, no comando do Coronel Joneval Gomes de Carvalho (ex-Secretário de Segurança), a instituição da medalha Anhanguera nos graus bronze/prata/ouro, que simplesmente passou a materializar a operacionalidade do policial, oportunizando condições de ascensão na carreira, uma vez condecorado na categoria ouro. Ascensão essa, exatamente pelo fruto de um serviço prestado com excelência e profissionalismo, acima da média do dever. Essa modalidade de recompensa pelo esmero da operacionalidade foi bastante enfatizada a partir de 2000, em que o Coronel Divino Efigênio de Almeida, ex-Comandante Geral e Patrono de ROTAM, alavancou o emprego operacional dentro de parâmetros de resultados práticos e não só estatísticos ou midiáticos.
Desde essa data, o policial aplicado na atividade-fim passou a ser visto com mais importância, sendo mais valorizado, respeitado e condecorado, fazendo valer o risco ou a intranqüilidade jurídica individual de quem está na ponta, na execução.
Os avanços nas condições materiais de trabalho, também foi um marco de incontestável importância. Os armamentos estão sendo adquiridos e atualizados a cada dia. Equipamentos de proteção individual, como por exemplo, os coletes balísticos também deram um salto qualitativo e quantitativo, principalmente nesses dois últimos governos. A mobilidade operacional pode perceber outra realidade quanto ao tópico viaturas. Tudo devido ao sistema de locação e manutenção iniciado em 2006, que tirou da ‘pré-história’ chegando ao terceiro milênio, ficou no passado aquela antiga visão da guarnição policial empurrando uma viatura sucateada.
O que a tropa anseia agora, são de investimentos mais vigorosos no seguimento de armamentos químicos não letais ou menos que letais e de comunicação individual, até para que certas necessidades do próprio POP sejam atendidas em sua plenitude.
Alguns equívocos foram realizados na área do ensino, sendo que, no período de 2003/2004 chegaram ao ponto de alguns gestores abandonarem a melhor Unidade em instalações físicas de instrução da Polícia Militar, sediada no município de Senador Canedo-GO (antigo CFAP). Contudo, através de uma ação homérica e individual por parte do major Alexandre Flecha Campos, no período de 2006/2007 a PMGO conseguiu resgatar 50% daquela estratégica Unidade, sendo hoje, o Centro de Instrução da PMGO, comandado pelo próprio major Flecha, que é um baluarte no ensino/administração/e tiro de nossa Instituição, sendo referência no Brasil, inclusive para Força Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, devido às aplicações de suas inovações no ensino da prática do tiro e manuseio tático dos armamentos da PMGO.
Hoje, a Diretoria de Ensino da PMGO (DEIP) trabalha para resgatar o tempo perdido de outrora, está inovando e dinamizando o Ensino, a Instrução e a Pesquisa no seio da Corporação.
A PMGO possui valores individuais que alavancam o seu dinamismo, sendo esses inúmeros heróis anônimos idealistas que vivem para combater o crime nas 24h do dia. Seus quadros contam com uma gama de oficiais e praças, profissionais altamente capacitados que exerceram ou ainda exercem atividades nas áreas de operações especiais, de inteligência, ensino ou convencionais.
São cidadãos que se pré dispuseram a um concurso público para carreira de militar estadual, que efetivamente tem um entendimento de proteger e servir a sociedade, para tanto, deixaram de ser um cidadão comum para ser um cidadão com dever policial, sendo necessário um plus para seu labor diário. Necessariamente devem ser testados a todo o momento, no terreno, nas intempéries, na rusticidade, na restrição de conforto, nas técnicas, na conduta, na sala de aula, em tudo que possa prepará-los mais próximo possível do que enfrentarão na atividade fim.
As nossas Unidades de elite buscam, trabalhando o policial de formação básica, dentro de sua esfera hierárquica, um rigor técnico e físico. Uma tropa de elite nunca se mantém por conta de uma farda diferenciada ou com símbolos e místicos pertinentes, mas sim, pelo valor individual-técnico de cada um de seus integrantes. O enfoque espartano deve ser amplamente desenvolvido, deve elevar-se à quinta potência no que se refere ao policial que opera como último recurso tático da Instituição em relação ao que se espera de um policial convencional.
O que realmente pode ferir a integridade de um policial é exatamente a farsa de uma formação ou especialização, com ausência de técnicas que as especificidades que cada modalidade de curso exige. O combatente de uma tropa de elite deve pagar a sua etapa com honra e dignidade!
BRASIL ACIMA DE TUDO!
NEWTON NERY DE CASTILHO, é MAJOR da Polícia Militar de Goiás
ROTAM, O MELHOR CÃO DO MUNDO
Ovelhas, Lobos e Cães Pastores
Escrito por Dave Grossman ,Ten Cel, Ranger, Ph.D., Autor de "On Killing"
Um veterano do Vietnã, um velho coronel da reserva, certa vez me disse: "A maioria das pessoas em nossa sociedade são ovelhas. Eles são criaturas produtivas, gentis, amáveis que só machucam umas às outras por acidente."
Há um paradoxo aí, e devemos pegar ambos os lados da situação: Nós podemos estar vivendo a época mais violenta da história, mas a violência ainda é surpreendentemente rara. Isso é porque a maioria dos cidadãos são pessoas gentis e decentes que não são capazes de machucarem umas às outras, exceto por acidente ou sob provocação extrema. Elas são ovelhas.
Eu não quero dizer nada negativo quando as chamo de ovelhas. Para mim a situação é como a de um ovo de passarinho. Na parte de dentro ele é gosmento e macio, mas algum dia ele se transformará em algo maravilhoso. Mas o ovo não pode sobreviver sem sua casca dura. Policiais, soldados e outros guerreiros são como essa casca, e algum dia a civilização que eles protegem tornar-se-á algo maravilhoso. Por enquanto, eles precisam de guerreiros para protegê-los dos predadores.
"E então há os lobos", disse o velho veterano de guerra, "e os lobos alimentam-se das ovelhas sem perdão”. Você acredita que há lobos lá fora que irão se alimentar do rebanho sem perdão? É bom que você acredite. Há homens perversos nesse mundo que são capazes de coisas perversas. NO INSTANTE
"E então há os cães pastores", ele continuou, "e eu sou um cão pastor. Eu vivo para proteger o rebanho e confrontar o lobo." Se você não tem capacidade para a violência, então você é um saudável e produtivo cidadão, uma ovelha. Se você tem capacidade para a violência e não tem empatia por seus concidadãos, então você é um sociopata agressivo, um lobo. Mas, e se você tem capacidade para a violência e um amor profundo por seus conterrâneos? O que você é então? Um cão pastor, um guerreiro, alguém que anda no caminho do herói. Alguém que pode entrar no coração da escuridão, dentro da fobia humana universal e sair de novo.
Deixem-me desenvolver o excelente modelo de ovelhas, lobos e cães pastores daquele velho soldado. Nós sabemos que as ovelhas vivem em uma constante negação da realidade, e isso é o que as faz ovelhas. Elas não querem aceitar o fato de que há mal neste mundo. Elas podem aceitar o fato de que incêndios podem acontecer, e é por isso que elas querem extintores, sprinklers, alarmes e saídas de incêndio em tudo quanto é canto das escolas de seus filhos.
Mas muitas delas ficam ultrajadas diante da idéia de colocar um policial armado na escola de seus filhos. Nossos filhos são milhares de vezes mais suscetíveis de serem mortos ou seriamente feridos por violência escolar do que por fogo, mas a única resposta da ovelha para a possibilidade de violência é a negação. A idéia de que alguém venha matar ou ferir seus filhos é muito dura, então elas escolhem o caminho da negação.
As ovelhas geralmente não gostam dos cães pastores. Eles parecem muito com o lobo. Ele tem dentes afiados e a capacidade para a violência. A diferença, no entanto, é que o cão pastor não deve, não pode e não irá nunca machucar as ovelhas. Qualquer cão pastor que intencionalmente machuque a ovelhinha será punido e removido. O mundo não pode funcionar de outra maneira, pelo menos não em uma democracia representativa ou uma república como a nossa.
Ainda assim, o cão pastor incomoda a ovelha. Ele é uma lembrança constante que há lobos lá fora. As ovelhas prefeririam que ele não lhe dissesse para onde ir, não lhes dessem multas e nem ficassem nos aeroportos, com roupas camufladas e segurando um M-16. As ovelhas prefeririam que o cão guardasse suas garras e dentes, se pintasse de branco e dissesse: "Béé" Até que o lobo aparece. Aí o rebanho inteiro tenta desesperadamente esconder-se atrás de um único cão.
Os estudantes, as vítimas, na escola de Columbine eram adolescentes, grandes e durões. Sob circunstâncias ordinárias, elas nunca gastariam algum tempo de seu dia para dizer algo a um policial. Elas não eram crianças ruins, elas simplesmente não teriam nada a dizer a um policial. Quando a escola estava sob ataque, no entanto, e os times da SWAT estavam entrando nas salas e corredores, os policiais tinham praticamente que arrancar os adolescentes que se agarravam às suas pernas, chorando. É assim que as ovelhinhas se sentem a respeito de seus cães pastores quando o lobo está na porta.
É aqui que as ovelhas e cães pensam diferentes. A ovelha faz de conta que o lobo nunca virá, mas o cão vive por aquele dia. Depois dos ataques do 11 de setembro, a maior parte das ovelhas, isto é, a maioria dos cidadãos na América disse "Graças a Deus que eu não estava em um daqueles aviões". Os cães pastores, os guerreiros, disseram, "Meu Deus, eu gostaria de ter estado em um daqueles aviões talvez eu pudesse ter feito a diferença." Quando você está verdadeiramente transformado em um guerreiro, você quer estar lá. Você quer tentar fazer a diferença...
Algumas pessoas parecem destinadas a serem ovelhas e outras parecem ser geneticamente escolhidas para serem lobos ou cães. Mas eu acredito que a maior parte das pessoas pode escolher qual dos dois eles querem ser, e eu estou orgulhoso de dizer que mais e mais americanos estão escolhendo serem cães.