Ubiratan Reges de Jesus JúniorNesse mês de fevereiro de 2016 completam-se 30 anos de presença das mulheres nas fileiras de nossa centenária e honrada Corporação. São três décadas de convivência harmoniosa e profícua entre homens e mulheres com valores convergindo em um só objetivo, que é fazer uma Polícia Militar atuante em defesa da sociedade.As mulheres que desde 1986 ingressaram na Polícia Militar são a prova viva de que o Brasil vive um tempo de pacificação e de exercício pleno da cidadania, como pretendemos e de construção dos valores mais importantes para nossa população. As jovens que aspiram à carreira militar trazem a salutar reoxigenação que todas as áreas de atuação humana necessitam.A grande maioria da população não sabe das dificuldades que as pioneiras precisaram superar para se manter na atividade policial militar. Tudo o que foi superado compõe a grandeza do aprendizado que elas hoje transmitem às novas aspirantes a policiais militares. Seja nos quadros de saúde ou de combatentes as novas integrantes da nossa Corporação podem abstrair da experiência que as primeiras mulheres que vestiram nossa orgulhosa farda e muitas delas ainda estão no serviço ativo.A sensibilidade que as mulheres imprimem em seus atos é o diferencial que colocou um ingrediente agradável e alegre ao trabalho diário de um policial militar. Conviver com mulheres sempre atentas às melhores características que a feminilidade faz com elas sejam distinguidas trouxe alegrias, gentilezas e sorrisos para os ambientes de quartéis e batalhões.Uma dessas características mais marcantes que podemos citar sem medo de errar é o quanto as mulheres são mais detalhistas e atenciosas em suas ações. Elas conseguem ver detalhes que muitas vezes passam despercebidos da esmagadora maioria dos homens e isto permite que a atividade policial seja desempenhada com distinta eficiência e as missões sejam cumpridas com maior grau de sucesso. Mas, o melhor é que convivendo com as mulheres em inúmeros cargos na carreira militar, desde praças até oficiais superiores, nós, homens, aprendemos com elas a imprimir valores como esses. Nós nos tornamos mais detalhistas, atenciosos e gentis convivendo com essas práticas.Hoje a realidade é outra quando assistimos mulheres em cargos de comando e de direção, desempenhando funções que até bem pouco tempo eram territórios restritos aos homens e sem perspectiva de mudança em tão pouco tempo. Podemos afirmar com certeza que os comandantes de três décadas antes tiveram uma visão profética e de fundamental importância ao promover o ingresso de mulheres na Polícia Militar. Sua preocupação em promover uma mudança de hábitos e conceitos comprovou ser uma acertada política de governo e de comando, que só trouxe benefícios para toda a sociedade. As mulheres ingressam em cursos de oficiais e de praças pelo merecimento, demonstrando poder disputar espaço e ocupar os postos pela sua capacidade de abstrair e definir estratégias, não pela proteção ou por apadrinhamento.O maior legado que a atuação das mulheres na Polícia Militar transmite às futuras gerações é a comprovação inequívoca de que homens e mulheres se completam. E o maior orgulho que uma policial militar feminina poderá legar a nossa Corporação é o amor de trabalhar para nossa sociedade. De tal maneira que quando a filha de uma policial lhe pedir opinião sobre qual profissão adotar ela possa dizer com orgulho: seja policial militar.Ubiratan Reges de Jesus Júnior é tenente-coronel da Polícia Militar de Goiás, presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar e diretor da Faculdade da Polícia Militar
domingo, 21 de fevereiro de 2016
A sensibilidade que enfeita a farda
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