Secretário diz que sistema policial está falido
João Furtado Neto diz ser inadmissível o número de assassinatos registrados em Goiânia
Rosana Melo 02 de junho de 2011 (quinta-feira)
"Nossas delegacias são primitivas, o sistema de investigação de homicídios está atrasado. Há uma falência nesse sistema, mas nada disso serve de desculpa para não solucionar os assassinatos." A afirmação é do titular da Secretaria de Segurança Pública (SSP), João Furtado Neto, em entrevista exclusiva ontem ao POPULAR. Ele disse ser inadmissível que 180 pessoas tenham sido mortas até ontem em Goiânia.
A edição de ontem do POPULAR mostrou que somente em maio deste ano 52 pessoas foram assassinadas e que este total só havia sido atingido em janeiro de 2008 - ano em que um triste recorde foi marcado - 442 assassinatos na capital, o que levou Goiânia a ter um dos maiores índices de homicídios para cada 100 mil habitantes naquele ano.
"Os números são horríveis e precisamos saber quantos crimes foram resolvidos e exigir que haja eficiência nessa investigação", disse. Segundo ele, mostrar eficiência na investigação é uma obrigação da polícia. A falta dessa eficiência, segundo o secretário, é um dos motivos pelos quais hoje existem 10 mil assassinatos a serem investigados no Entorno do Distrito Federal.
Na próxima semana, a SSP vai divulgar o relatório final da Comissão Especial de Defesa da Cidadania, que investigou o desaparecimento de 36 pessoas depois de abordagens policiais. Segundo o secretário, em alguns casos as investigações não haviam passado do boletim de ocorrência.
João Furtado lembra que o baixo índice de resolução de assassinatos em Goiânia é decorrente principalmente de flagrantes. "Isso significa que o sistema de investigação não funciona direito. Há uma certa inoperância. Tem de mudar, se modernizar e temos de nos antecipar à nova lei de flagrantes, que impedirá a prisão em alguns casos."
Analisando que cerca de 80% dos assassinatos na capital foram cometidos com arma de fogo, João Furtado Neto ressaltou que a PM todo dia tem apreendido armas. Outro dado comentado pelo secretário foi o de que cerca de 80% das vítimas de homicídio na capital é de usuários de drogas. "Não temos como prender o usuário e não há local para internar tanta gente". Segundo ele, o trabalho deve ser de prevenção.
O secretário disse que a grande preocupação dele, além do alto índice de homicídios, principalmente na capital, é o aumento no número de furtos e roubos de veículos. Somente de quarta para quinta-feira foram 14 roubos e 6 furtos de veículos na capital - 8 foram recuperados. "O furto e o roubo de veículos porque são crimes que podem se transformar em latrocínio (roubo seguido de morte).
Uma medida a ser adotada para tentar diminuir índices de violência e de criminalidade é a integração das polícias e dos procedimentos policiais. Uma das propostas é criar o boletim criminal único, com a Polícia Militar sendo responsável pelo registro das ocorrências em casos como desaparecimento de pessoas e sequestros. Outra medida é a universalização na gestão de cadeias e presídios, que será exclusivamente pela Superintendência do Sistema de Execuções Penais (Susepe), que precisará contratar agentes penitenciários.
No Entorno do Distrito Federal, conta João Furtado Neto, houve uma redução parcial no número de assassinatos. Os números ainda são preocupantes, mas caiu bastante. Para tentar solucionar o problema da região do Entorno, são aguardados investimentos sociais em parceria com o governo federal.
A VERDADE É DURA! MAS TEM QUE SER DITA...
ResponderExcluirPÉ-NA-COVA
PARABÉNS AO SSP JOÃO FURTADO PELA CORAGEM! PARABÉNS AO MAJOR CASTILHO EM DIVULGAR!
ResponderExcluirCB SANTOS
Parabens a todo mundo!
ResponderExcluirmas essas questoes ja sao bastante conhecidas
e comentadas por qualquer um de nos.
eu mesma, que nem secretaria de nada sou, posso apontar umas tantas falhas.
Eu quero ver mesmo, é quem tem poder politico [ou seja, o SSP] fazer acontecer as mudanças que ele teoriza. ai sim.
Ezi