sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

MILITAR COMBINA COM MOVIMENTO GREVISTA?




Definitivamente não! Aliás, nem vou sobrecarregar esse artigo com dispositivos legais, ainda em vigor, que são vedativos ou que fazem previsão de crimes. A Soberania Nacional, não pode ficar a mercê de oportunistas politiqueiros ou de representantes classistas.
E policial, combina com movimento grevista? Do ponto de vista legal é até possível, é permissível, porém, sob uma ótica moral e pessoal desmereço qualquer movimento paredista de qualquer tipo de classe policial. Braço armado da sociedade tem um propósito, é função de Estado, é escudo da sociedade em defesa de seus próprios males internos.
E no caso de policial militar? Combina? Agora tudo piora: uma metade tem um viés comum de classe trabalhadora, a outra, entra na seara do sacerdócio, da vocação nata e do sistema de regramentos. É uma dicotomia, um fardo, e nem todos tem condições de digerirem isso ao longo das carreiras. Se entalam mesmo! Gestores, políticos ou técnicos, também não encontram um norte para o saneamento dos entraves e implosões psicológicas nos homens nesse sistema de segurança pública brasileiro. São reféns do próprio sistema: “...o sistema é foda...”, como diz o cinematográfico capitão Nascimento!
Armas, mulheres e crianças em conjunto com protestos paredistas, ou outro qualquer, são incompatíveis em uma democracia, levam ao obscuro terrorismo doméstico, seja oriundo de um MST, uma rebelião de detentos ou o pior: proporcionada por integrantes de uma Força Pública militar ou civil.
Na verdade, é simples ser apenas policial na hora de lutar por conquistas, e não é coisa d’outro mundo ser apenas militar, basta seguir regulamentos; agora, ser policial militar torna-se uma eterna luta do direito com o dever, de cidadania com o “servir & proteger”.
A sociedade organizada posiciona-se pouco ou de forma tímida, sobre que sistema organizacional em segurança pública deve ser aplicado no Brasil. Pois o atual, todo mundo reclama! Governos, Congresso Nacional, Assembléias, políticos eloquentes nos palanques em campanha, associações, sindicatos, clubes, classes e ciclos hierárquicos, são invariavelmente contraditórios em relação ao que pretendem com a chamada segurança pública brasileira e seus organismos.
A hora que interessa invoca-se a condição militar para determinado posicionamento previdenciário, legal ou de missão, mas de repente, vestem a capa de trabalhador comum para se atrever a atos impensáveis para um militar. E assim vai indo... De acordo com o que se convém e a função que ocupa.
O cidadão, maior prejudicado com toda esse caos social, também aliena-se, espera o ruim para reclamar depois. Mas não se mobiliza, não protesta em nome de suas polícias, não aparece “caras-pintadas” em prol das Instituições operadoras de segurança pública, sua defesa social. É considerada uma causa perdida, tipo as passeatas contra-corrupção! Outros modalidades de protestos e passeatas, arrebatam muito mais simpatizantes...Surtem efeitos com apoio incontesti midiático. Lamentável!
Greve? Motim? Revolta? No final quem paga a fatura é o cidadão. A sociedade continua no prejuízo, pagando por algo que já estava ruim, e continuam pagando por um ruim que piora. Realmente, nem polícia, nem bombeiro militar, policial militar e militares federais devem, ou deveriam fazer greve ou algo parecido já tipificado como crime.
Mas e aí, digno leitor, que é a favor da desordem ou que insufla o cometimento de crime nessa área, sob o inalienável pretexto dos famélicos soldos pelo Brasil a fora, o que deveria ser feito? Deixar de lutar por direitos? Fingir que está tudo bem? Eu respondo: A nossa Carta política de 1988, deixou passar uma excelente oportunidade de se resolver a segurança pública desse país, e deixá-la em patamares mais próximos de uma qualidade efetiva. A resolução está na raiz do problema, na origem! Tem-se uma verdadeira enxurrada de projetos de leis ou PEC’s, interessantes ou não, que nunca prosperam!
Então, melhore a qualidade de seu voto e exija o que quer do seu congressista e do Chefe do Executivo. A sociedade tem de aprender a fazer seu próprio lobby!
Sem autonomia financeira-administrativa-orçamentária; aliada a uma política nacional com investimentos maciços evolutivos e reais nos recursos humanos, códigos e materiais; com uma legislação orgânica clara e vigorosamente garantidora de direitos e expressa em deveres; nenhuma corporação policial ou militar, seja em quaisquer das esferas, militar ou não, irá ter futuro digno. Sempre estará em luta constante e na desvantagem, seja contra o crime, contra o inimigo externo ou mesmo para correr atrás de algum prejuízo salarial ou previdenciário de forma tosca.
Enquanto isso... Não se tornando uma realidade, as polícias dos Estados estarão com as vísceras para serem devoradas por velhacos sindicalistas que vociferam a teoria da “terra arrasada”, virando políticos despreparados com fome de eleições ou em uma contínua tentativa de sufrágio universal, formatando teorias mirabulosas de remendo do sistema.
Enquanto isso... Seremos obrigados a ver cenas deprimentes de Militares dos Estados, encapuzados causando desordem e cometendo crimes militares se igualando ou sendo pior que reeducandos rebelados em presídios. É a vala comum instalada. É a grande deixa para solapagem das prerrogativas militares. E não se trata de casos isolados, todos os Estados federados estão sujeitos ao vilipêndio de suas Instituições mais que centenárias.
Honrar a farda; que para um militar nato reveste-se em segunda pele; o distinvo e a nação, tem que ser as palavras de ordem, mas uma ordem interior de cada um que se dedica por uma polícia melhor, militar ou não! Policiais e militares não podem se prestarem ao papel de massa de manobra, pois o nosso compromisso deve ser o de Estado e para a nossa Pátria.
Brasil acima de tudo!
NEWTON NERY DE CASTILHO é Major da Polícia Militar do Estado de Goiás
http://nccombatecrime.blogspot.com/

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